terça-feira, 27 de outubro de 2009

História da Lingerie

A História da Lingerie como conhecemos hoje começou na idade média, quando surgiram os acestrais do corselete. Do século XV ao XVI, durante o Renascimento, surgiu o "corps piqué", um corpete pespontado que apertava o ventre, afinava a cintura e deixava os seios com aspecto de cones (alguém lembrou da Madonna?). Esta peça era construída com uma haste, que muitas vezes era feita de madeira de buxo ou marfim. Havia, ainda, uma haste de metal central trabalhadas com gravuras e inscrições, pois, de acordo com os costumes da época, poderiam ser retiradas e exibidas em sociedade depois de um jantar (incrível!!!!!!). No entanto, estes corpetes começaram a causar polêmica entre médicos esclarecidos, pois comprimiam órgãos internos, podesndo causar até a morte.

Somente no século XVIII que as hastes de madeira e metal foram substituídas pelas barbatanas de baleia. Os decotes aumentaram e os corseletes passaram a ser confeccionados para deixar os seios em evidência. Também foi nesta época que os corseletes ganharam sofisticação. Eram bem trabalhados com bordados, laços e tecidos brocados e adamascados.


A partir de 1770, junto com as idéias iluministas que culminaram com a Revolução francesa, houve uma espécie de cruzada anti-espartilho. Médicos, escritores, filósofos militavam contra os corseletes. Até mesmo Maria Antonieta não era a maior fã dos corseletes e chegou a enfrentar algumas brigas com a corte francesa, pois era inadimissível que alguém de seu status não usasse o "grand corps". Mas, como sabemos, a revolta durou pouco.


No século XIX eles voltaram a voga. Em 1832, fundaram a primeira fábrica de espartilhos sem costuras. E, em 1840, foi lançado um modelo com um sistema de de cordões elásticos. Isso permitia que a mulher pudesse, ela mesma, vestir e tirar a peça sozinha. Além do corselete, as roupas íntimas eram compostas por calças que chegavam até os joelhos, cheias de babadinhos. Estas eram as ceroulas, que caminharam um longo caminho até virarem as calcinhas atuais.



A partir de 1900, o espartilho começou a se tornar mais flexível. Os balés russos faziam muito sucesso em Paris, e seus trajes neo-orientais inspiraram costureiros como Paul-Poiret e Madeleine Vionnet que inventaram roupas que formavam uma silhueta mais natural, que não merecia ficar presa dentro de uma estrutura tão rígida.

Ao lado, um modelo de Vionnet nos mostra seu corte impecável no viés e, pela primeira vez, uma roupa que não permite o uso de espartilhos.


Em 1904, a palavra soutien-gorge (sutiã) entrou no dicionário francês. E em 1913, foi inventado o Sutien mais próximo do que conhecemos hoje. No ano seguinte, 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, a mulher teve que entrar no mercado de trabalho, criando a necessidade de um novo tipo de lingerie, mais fácil e usável. Por isso, o espartilho foi finalmente abolido e substituído pela cinta.

Na década de 1930 foram descobertos o látex e o náilon, revolucionando a confecção de lingeries no mundo. Finalmente as lingeries coloridas tornam-se populares. Até então todo e qualquer tipo de lingerie era apenas confeccionado na cor branca. Por isso também poderia ser chamada de "a roupa branca".



Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o náilon saiu do setor de lingerie só voltando por volta de 1940, quando quatro milhões de pares de meias foram vendidos nos Estados Unidos. As filas nas portas das lojas pareciam não ter fim e muitas mulheres chegaram a brigar por um par de meias de náilon.

Na foto ao lado vemos uma moça vestindo suas meias no meio da rua, em frente a fila formada pelas consumidoras!




Após o final da Segunda Guerra, Christian Dior lançou o que até hoje conhecemos como o New Look, silhueta feminina e cheia de curvas, trazendo de volta a elegância de outrora. Para acompanhar a nova silhueta, a lingerie precisava deixar o busto bem delineado e a cintura marcadíssima. Surgiram os sutiãs que deixavam os seios empinados e as cintas que escondiam a barriga e modelavam a cinturinha.

Em 1968, as feministas organizaram um protesto em praça pública onde ontaram uma enorme "lata de lixo", contendo todos os símbolos da degradação feminina. Em meio aos sapatos de salto alto, revistas de moda e cílios postiços, estavam lá: os sutiens. Felizmente, ao contrário do que ouvimos falar a vida toda, eles nunca chegaram a ser queimados, mas fica o mito.

No final dos anos 70 e início dos 80, a inspiração romântica tomou conta da moda. Cinta-liga, meias 7/8 e corseletes, sem a antiga modelagem claustofóbica, voltaram à moda. Rendas, laços e tecidos delicados voltaram a enfeitar calcinhas e sutiãs (de novo, lembra da Madonna??).

Atualmente, o sutien tem mais de 26 partes em sua modelagem e pode ser considerado um produto de alta tecnologia. Tecidos com as mais diversas utilidades como proteção solar, hidratação da pele e bloqueio ou absorção do suor são utilizados na sua confecção.

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